Quando a pechincha vira vacilo

       Em nossas atividades relacionadas à comercialização de veículos, não é incomum nos depararmos com pessoas interessadas em adquirir nossos veículos, mas que cuja primeira demonstração de interesse se dá pela imediata solicitação de menor preço em relação ao valor pedido por nós. Sim, antes de ver o veículo pessoalmente, atestar suas qualidades e defeitos, ou mesmo antes de se definir se é aquele produto mesmo que lhe atende, a preocupação maior é sempre com a diferença de preço a ser praticada. É a boa e velha pechincha, o que é um tremendo erro, a ser fundamentado em diante.

       Antes de se pré-dispor a se comprar um veículo, de início é sempre importante que se saiba a real condição que se tem para a compra, para a partir daí, definir-se um valor médio a se pagar, e só então elencar uma seleção de produtos que se adequam ao orçamento. Definida a escolha, é preciso após verificar qual a média que o mercado pratica sobre esse mesmo produto, e é normal que as pessoas comuns, sem qualquer experiência em mercados automotivos ou mesmo levadas pelo senso-comum (por muitas vezes errôneo) considerem sempre a menor média possível, e é partindo desta média que imaginam ser possível adquirir o veículo desejado. Um ledo engano.

       Pra começar, temos que partir da premissa de que ninguém é tolo o suficiente para vender o que tem por muito abaixo do que vale, e quando assim o fazem, em geral beneficiam a quem já tem larga experiência em aquisição para revenda, ou por mera facilidade, como no caso das pessoas que entregam o veículo usado à concessionária por um valor bem abaixo da média, na troca por um novo. Por motivos ainda não esclarecidos, este tipo de benefício raramente se aplica a pessoas comuns. É como se a outra parte não quisesse ver ninguém "ganhando em cima", à exceção de quem já não precisa, como as grandes revendas.

       Veículos abaixo da média de mercado se encontram nesta situação sempre por um motivo, em geral o péssimo estado de conservação, dívidas, defeitos, manutenções em atraso, etc. Para quem tem o estado de conservação como fator primordial na aquisição ou uso de um veículo, por muitas vezes sequer compensa comprar abaixo da tabela e tentar valorizá-lo com uma boa reforma,

       Por fim, recomendamos que, ao se pesquisar a média de um veículo, prepare-se para pagar o que ele vale, dentro da média, para menos ou mesmo para mais, e como exemplo citamos sempre a velha comparação entre veículos particulares e os de loja, em que, enquanto que os particulares dependem muito da experiência de quem compra e da honestidade de quem vende, os de loja serão sempre uma segurança maior na compra, e para isso cobram seu preço.

       Nunca se esqueça que em mercados, quaisquer que sejam, há sempre uma diferença entre "preço" e "valor", podendo esta diferença estar agregada ao produto ou mesmo à negociação.

Um exemplo do qual jamais esqueceremos: GM Chevrolet Meriva SS 2007, cuja média de mercado á época em que vendemos era de R$ 23.000,00 em que finalizamos sua venda por R$ 17.000,00 O estado de conservação do veículo não nos permitiria vendê-lo pela média de mercado (o que foi amplamente esclarecido para quem o comprou)

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