Quer andar de carro velho, amor? A história de quem disse sim e se deu bem

       Me responda, com toda sinceridade: você compraria um carro com 13 anos de uso, 194.000 km rodados e ainda por cima já sabendo que tenha sido batido? O que, para a maioria das pessoas, podia parecer algo impensável e muitas vezes até uma loucura, para mim foi visto como oportunidade. Com uma quantia considerada micharia se comparada ao preço da maioria dos veículos à disposição no mercado (exatamente R$ 9.000,00) adquiri um Renault Clio RN (intermediário, e mesmo assim bem completo) 1.0 2002 / 2003 com aproximadamente 194.500 km rodados.
       Na época (o que não tem muito tempo) precisava de um carrinho barato (nada de financiamento!) para usar na empresa, em bom estado e com um nível mínimo de equipamentos, a contar ao menos alarme e o imprescindível ar-condicionado. Por conta do valor disponível para a compra (pouco mais de R$ 12.000,00), sabias que não poderia exigir muito, principalmente nas questões em que eu já sabia que agregam mais valor ao carro por questões puramente mercadológicas, como ano e kilometragem, o que de fato para mim nunca foi problema, pois já tive veículos bem mais antigos e rodados (meu melhor carro foi um Clio 2002 com 265.000 km), e a minha experiência com veículos me permite tirar bem proveito disso.

       Com R$ 12.000,00 eu já sabia que dificilmente encontraria algo melhor que o Clio, um veículo de pequenas dimensões externas, baixo custo de uso e manutenção, excelente durabilidade de acabamento e conjunto mecânica, excelente estrutura (garantindo minha maior segurança no trânsito). Por todos estes fatores, já escolhido o carro, só me faltava escolher "o carro", ou seja, encontrar um Cliozinho do jeito que eu queria.

       Problema de se comprar carro antigo é o de que dificilmente se encontra veículos em bom estado, por conta das diversas situações em que o veículo possa ter passado em tanto tempo, sendo também este justamente um dos principais fatores que me fizeram decidir pelo Clio. À sua época, e principalmente na época do meu, o Clio era o legítimo carro popular da dita classe média. Era mais ou menos o que é hoje o Nissan March, um veículo que, apesar de ser comparado a veículos populares como Gol e Palio, tinha suas vendas restritas a um público mais seleto. A vantagem estava no fato de que, estando nas mãos dessa gente, as chances de negligência e economia eram mínimas devido às melhores condições financeiras de se investir na durabilidade do veículo, e isso é fato incontestável.

       Até hoje ainda existem muitos Cliozinhos, mesmo aqueles longínquos vendidos entre 1998 e 2002 nas mãos de quem tem condições de possuir veículos que valham até 10x mais o que atualmente vale um destes, e foi justamente esse o meu caso. Foi das mãos de um advogado que adquiri um Renault Clio hatch, versão Alizè, motor 1.0 16v (motor D4D, praticamante o mesmo usado até até hoje no Clio 0km e por muito tempo em algumas versões dos também Renault Sandero, Logan, Peugeot 206 e Nissan March. Pela quantia ínfima de R$ 9.000,00 adquiri um carro em relativo bom estado, que tem me servido muito no dia-a-dia, com um nível excelente de opcionais, a contar alarme, imobilizador eletrônico, travas elétricas (inclusive no porta malas), direção hidráulica, ar-condicionado + aquecedor, vidros com acionamento elétrico que, embora apenas nas portas dianteiras e que não disponham de função tipo "um toque", se fecham sob o comando do alarme), air bag frontal duplo, acabamento externo em excelente estado, até mesmo um kit multimídia com dvd e tv, enfim, era um carro em que, você andando nele, nem parecia que se estava a bordo de um carro tão antigo!

       Se eu disser que esse carro é perfeito, logicamente estarei mentindo. Realmente, como citei anteriormente, de pronto identifiquei que o veículo havia sofrido impacto na lateral direita. Sinceramente, não tenho nada contra carro que já tenha sido batido, até porque sei bem que, como meros objetos que são, trocam-se ou reformam-se as peças danificadas e fica tudo certo. O problema é quando o serviço fica mau feito, o que foi o caso do meu, mas enfim, pude notar que não haviam indícios de alterações na estrutura principal do veículo, o que me fez deduzir de que o impacto tenha sido apenas superficial, o que me autorizou prosseguir nas negociações. Histórico comprovado de manutenções também não havia, apenas as afirmações do antigo proprietário, o que não garante, ao menos pra mim, segurança alguma, pois estava comprando de um particular, e como eu bem sei, geralmente particulares não tem compromisso algum com quem estão negociando, pois depois do negócio fechado, carro pago e transferido (ou ao menos o DUT assinado e reconhecido firma em cartório), é cada qual pro seu canto e acabou-se. Tô mentindo?

       Parafraseando uma antiga canção, as qualidades do veículo adquirido superam, e muito, seus defeitos. Cheguei a encontrar um valor até maior no carro, mas terminei por desistir da venda. Gasto mesmo até agora com só manutenções preventivas. Ando muito e ele não me traz problema algum, não bate suspensão, não acende luz estranha no painel, não derrama tampouco baixa óleo, muito menos líquido de arrefecimento, enfim, sei que seu estado de conservação ainda é muito melhor do que muito carro menos rodado e mais novo de ano. Até a namoradinha gosta do conforto do carrinho, e não fica com medo de uma possível quebra na hora de viajar. É um carro que só tem me trazido alegrias, e, sem dúvidas, o momento mais legal e engraçado é quando chamo alguém pra passear comigo:

- Quer andar de carro velho, amor?

* Em breve, estaremos postando matéria dando todas as dicas completas de como se comprar e até mesmo vender veículos antigos

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