A tática do "um por todos" no mercado automotivo

       Existe uma tática de lucro no mercado em geral em que a aquisição realizada por uma única pessoa ou por um pequeno grupo garante lucro suficiente a se igualar e por vezes até a superar o mesmo lucro advindo de farta clientela. Em resumo, o lucro que se obtém em uma venda é o mesmo, senão maior, do que poderia ser obtido em duas ou até mais negociações. Parece até meio que ilógico, mas isso é plenamente possível, não só como amplamente praticado no mercado brasileiro, em especial o automotivo, o que explica em partes o porquê dos valores tão altos cobrados pelo que se vende, sejam produtos e/ou serviços.

       De acordo com o senso-comum de mercado, comércio "cheio" é visto como sinônimo de lucro, enquanto que o vazio é associado ao prejuízo, atrelando-se a isso o fato de que o "comércio cheio" é aquele que pratica os menores preços, mas o que muita gente não sabe é que muitos comércios em que o movimento da clientela é menor são tão ou mais lucrativos que outros de farta clientela. Tal fato se explica pelos altos preços cobrados nos comércios de, obviamente, menor movimento, em que o lucro obtido em uma única negociação corresponde ao mesmo lucro que seria obtido em duas ou mais. O segredo está em forçar alta nos preços até o momento em que apenas uma parcela possa ou mesmo se proponha a pagar. A vantagem está justamente no número menor de pessoas com que se precisa lidar. Quanto menos gente, menor o trabalho, menor as despesas, menores os custos.

       Para as dúvidas que ainda pairam, cito como melhor exemplo o caso dos supermercados. Isso explica porque os que cobram caro jamais são superados pelos "barateiros": no primeiro caso temos uma estrutura menor, menor número de funcionários, menores perdas, clientela seleta, ordeira e por muitas vezes fiel. Já nos casos dos supermercados populares, por conta do intenso movimento, é necessário sempre contar com grande estrutura, número de funcionários maior, maiores perdas, competir com a concorrência por cada centavo, haja visto que o preço é justamente fator primordial de presença e aquisição deste públicos. Por tudo isso e algo mais, acaba-se por ter, estes dois tipos, praticamente os mesmos ganhos, com vantagem para o primeiro caso em que os custos são menores.

       Tendo como foco o mercado automotivo, isso explica em partes porque os automóveis novos custam tão caro no Brasil. O mercado de veículos novos é estritamente fechado, controlado por pouco mais de 3 grupos que controlam a maior parte das montadoras e fabricantes (idem concessionárias), anulando-se a idéia de plena concorrência. Aliado a isso, têm-se um farto mercado consumidor, que não mede esforços e não poupa gasto para a compra do carro 0km. Plenamente ciente disso, os preços são elevados ao máximo possível para justamente controlar esse número de gente, restando à parcela que sobra "absorver" os custos destas exclusões.

Veículos de menor cilindrada beirando os R$ 40.000,00: quem paga, garante seu lucro e os de demais


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